O Próxima Faixa entrevistou essa semana a Drag Queen Kika Boom que acabou de lançar seu primeiro álbum de estúdio, o “Kikadão Vol.1”.
Kika apareceu na cena pop LGBTQIA+ em 2018 com os singles “Fast Phoda” e “Loka de Pinga” e chamou atenção do público por usar samples de música pop de maneira divertida e pelo talento na composição. Seu maior hit “Bomba Kleyton”, parceria com Kaya Conky, foi lançado em 2019 e possui mais de 3 milhões de visualizações no YouTube.
Kika já escreveu músicas para Pabllo Vittar, Matheus Carrilho e Lia Clark – e a colaboração com Lia, “Som Legal” está nesse projeto. E com essa bagagem que ela chega com o seu primeiro álbum, a drag nos apresenta mais do seu lado cantora e compositora, entregando faixas lentas e mais pop. Uma mistura frenética de ritmos que solidifica tudo o que Kika nos trouxe até hoje: batidas contagiantes, letras de duplo sentido e uma vibe despretensiosa.
Conversamos um pouco sobre as influencias para esse álbum, como foi produzi-lo em meio de uma pandemia, o porque de lança-lo como volumes. Confira um pouco sobre o que conversamos a respeito desse projeto e os planos para o futuro com o lançamento do “Kikadão Vol.2”.
PF: Kika, você lançou o seu primeiro single em 2018. Por que levou tanto tempo pra lançar um álbum, o que incentivou esse lançamento?
Kika: Olha, realmente demorou muito tempo pra sair, mas sinto que saiu no momento certo. Saiu no momento mais maduro que eu poderia lançar um disco, eu digo tanto em composição e melodia. Hoje a forma que componho não é a forma que eu fazia em 2018, assim como a forma que eu canto. Ainda bem, pois eu pude entregar um trabalho mais sólido. mais Kika. Nesse meio tempo estava compondo para outros artistas e descobrindo o que gostava e o que não gostava, enfim, agora eu tive mais foco e mais preparo para lançar esse disco.
PF: O que foi mais difícil: se mudar pra São Paulo ou finalizar o Kikadão?
Kika: HAHA eu acho que foi se mudar pra São Paulo. Mais difícil foi se mudar, mas o processo mais longo foi o “Kikadão”. Eu sou uma pessoa que gosta de ter muito minha raiz, de ter o pé firme com as pessoas que conheço e rodeado por elas. Se mudar foi difícil, eu nunca morei em outra casa, desde criança mora na mesma casa em Goiânia, então foi complicado se mudar, doloroso, mas já tô colhendo os frutos. Foi um passo muito importante na minha carreira, pra tudo começar a funcionar melhor. Os acessos que tenho aqui, eu não tinha em Goiânia, os produtores são aqui, as coisas estão fluindo mais, então acho que vou entregar mais músicas em tempo menor por estar mais perto de todo mundo que trabalho comigo
PF: Quais as influencias do disco?
Kika: Olha, te falar que as influencias vem muito mais das experiências que queria passar do que as que eu passo. Gosto muito de me colocar na posição do outro, de pensar “o que ela pensou naquele momento”. Aprendi isso compondo para outras pessoas, o que a Urias quer passar com essa música, o que a Pabllo que passar. Aprendi a me colocar em diferentes situações para compor musicas que eu gostaria de ouvir. As outras influencias vem do que os meus amigos me contam, o que as pessoas já conhecem de letras.
PF: Como foi produzir durante a pandemia? O isolamento influenciou no processo de criação do álbum?
Olha influenciou quase que 100%, foi durante a pandemia que escrevei “Obrigada” e “Furta-Cor”. Então, essas duas faixas que são as mais fortes e minhas favoritas do disco não iriam existir. Ali no começo, o primeiro projeto do “Kikadão Vol.1” ia ser 8 faixas e não teria Vol.2, a gente colocou Vol.1 só porque achávamos legal esses títulos de cd de forró, sabe. Não ia existir o Vol.2, então influenciou muito, principalmente na forma de lançar esse projeto.
PF: Podemos esperar mais músicas da Kika Boom em breve?
Kika: Claro, meu amor! Desde que decidimos que a era Kikadão teria dois volumes, a gente resolveu compor e produzir tudo junto. Nesse momento estou gravando os vocais de algumas musicas do vol.2 e espero lançar alguma coisa até o fim do ano.
Para conferir o resto da entrevista e o que mais a Kika nos contou sobre álbum, se terá parcerias no Vol.2, com quem deseja fazer feat, as músicas favoritas dos fãs e muito mais… É só dá play ai embaixo no nosso episódio do podcast e ouvir a entrevista completo.