Na última quinta feira, a vencedora do “Queen Of The Universe“, Grag Queen, lançou seu novo single “Brazindia” em parceria com a drag indiana Rani Kor-He-Nur – criando um grande encontro cultural e celebrando a arte drag.
O Próxima Faixa esteve no evento de lançamento do projeto e conversou com a Grag sobre “Brazindia”, Queen Of The Universe, RuPaul, a trilha sonora de Love, Victor e muito mais.
PF: Como foi representar o brasil no queen of the universe?
Grag Queen: “Eu amo situar quando e como isso aconteceu, pandemia, a gente correndo atrás de vacina, Bolsonaro no poder, um monte de gente morrendo todo dia, meu pai tinha acabado de sair da UTI, ele tinha ficado internado muito tempo… Então eu tava desolado sem saber como as coisam ser, eu sinto que foi um respiro de esperança, além de toda a diversão de eu ter me sentido o Neymar de peruca, foi lindo ver o meu pais se unindo através da arte e torcendo por mim – mostrou quão poderoso a gente é e nossa arte é, foi incrível.”
PF: Como foi conhecer a rupaul?
Grag Queen: “Eu sempre fui fã de RuPaul, quando eu era adolescente eu gravava na tv pra ver escondido em casa, eu sei que eu não entendia nada mas eu adorava. Quem me conhece sabe que eu sempre to vendo vídeos de RuPaul e eu sei tudo, ai eu tava na DragCon e do nada vem um produtor e diz “A Rupaul quer te ver”, eu nunca confio no meu inglês né, pedi pra ele repetir, ele disse “A RuPaul quer te ver” e eu “então eu vou lá” – coração saindo pela boca e eu pensando comigo se acalma bicha, só respira, anda pra frente e tenta não cair. Vocês acham que foi tudo né? Meu cérebro não processou nada, ela falou um monte de coisa e eu tava muito desacreditada pra conseguir entender, era a RuPaul mana falando comigo“
PF: Como aconteceu o feat com a Rani?
Grag Queen: “Durante a competição a gente se tornou melhores amigas e nos bastidores a gente sempre conversava, tinha gente de tudo quanto é lugar, da Europa, dos Estados Unidos, onde a plataforma é muito maior, a gente se identificou e se entendeu como duas representantes de duas culturas tão grandes, tão potentes mas ao mesmo tempo tão limitadas, ai a gente falou: a gente não veio de longe pra deitar aqui não né mona, ou tu ganha ou eu ganho, e eu sinto que ganhei muito por conta disso – e ai veio a vontade de fazer a música, esse encontro cultural “Brazindia” – porque indiasil fica parecendo nome de remédio pra estômago – e aconteceu, a gente ja tinha um feat dentro do programa “Damn Damn Man” mas queriamos uma coisa que fosse a nossa cara e ta ai, lindo”
PF: Como aconteceu sua partipação na trilha sonora de Love Victor?
Grag Queen: “É chocante, esse convite veio através do Leeland, diretor musical do Queen Of The Universe, eles queriam uma coisa fresca, nova no mercado, divertida e eles amaram “Dinner”, todo mundo ouve e vem um spoiler: O clipe ta lindo, a Disney me deu um clipe de presente, quero muito trabalhar essa música e divulgar mais, estar na trilha de Love, Victor é incrível, icônico e uma grande quebra de barreiras pra mim“
PF: Como foi o processo de criação do clipe de Brazindia?
Grag Queen: ” Como duas drags, a gente queria ta bonita, ai a gente fez a musica antes, contratou o pessoal e tomamos o cuidado de não estereotipar a India ou o Brasil. A gente tinha 10 bailarinos e pensamos em estar juntas, curtir o momento e dar o nosso melhor. Foi lindo“
PF: Você pretende fazer feat com outras drags?
Grag Queen: “Eu vim pra barbarizar, eu quero ser aquela pessoa que quando você menos espera vem um feat aleatorio, não quero nada muito óbvio, com a Gloria a gente ja conversou tem algumas letras e ideias, tem vários rumores e possibilidades, mas eu não quero só gravar com as minhas irmãs com números gigantes não, eu quero olhar pra quem ta no corre ainda, eu acabei de sair desse lugar e não vou esquecer isso tão cedo. Tem espaço pra todo mundo e como eu puder usar a minha plataforma pra fazer a arte drag crescer eu vou fazer“